segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O pernilongo

O mosquito sádico
que à noite freqüenta,
esquenta,
atormenta
o meu sono,
parece levar em seu dorso
um rádio transistor portátil
ligado na máxima altura
num concerto errado,
medonho,
infernal,
de violinos.

E assim que pousa o safado,
danado,
malvado,
na concha da minha orelha,
parece perfuratriz,
motor que não tem parelha,
tridente diabólico
do diabo.

Então minha mão nervosa,
num esgar nervoso
de sono interrompido,
arma a bofetada
potente,
brava,
ignara;
mas outra coisa não faz
senão
acertar a própria cara!

2 comentários:

Luiza Miranda disse...

Querido mano,
Com muita alegria li suas postagens e só tenho a dizer que vc tem muito para nos brindar com suas brilhantes e inteligentes crônicas e poesias.
Aguardo ansiosa novas postagens, pois O pernilongo ficou demais!!!
Um grande abraço
Luiza Miranda

Anônimo disse...

Querido La, meu mano também,

Estreio hoje seu blog e me encanto com seu texto. Não li todos, irei faze-lo aos poucos. Meu "tempo virtual" é curto.
"O pernilongo" é demais! Poesia e humor, com ritmo, leveza, graça e inteligência.
Bravo, cunhado!

Um abraço, beeeem apertado!

Mena