domingo, 9 de setembro de 2012

HINOS NACIONAIS (1)* (Parte 1ª/3)


No dia 11/10/2011, uma terça-feira, ali pelas 22:30 h, estava recostado no sofá da sala de TV, de pijama, preparado para assistir um jogo de futebol entre o Brasil e o México, programado para começar naquele momento. Tive que esperar mais um pouco para ver o jogo, porque os hinos dos dois países deveriam ser executados. A lei 5.700, de 01/09/1971, oficializou o hino brasileiro como um dos Símbolos Nacionais, e autorizou sua execução, além das ocasiões oficiais do Governo e de instituições diversas, também nas ocasiões festivas e em outros eventos importantes que incluem as competições esportivas.

Comecei a ouvir o hino do México, executado em primeiro lugar em deferência ao time visitante. Minha atenção foi atraída pela sua letra, que aparecia escrita na tela traduzida para o Português.

Fiquei abismado: o texto só falava em guerra! O hino, com dez estrofes mais os estribilhos, é enorme. Menciona com abundância palavras e frases como metralha, troar dos canhões, sangue, cadáveres de mil heróis mortos entre ruínas, a glória das vitórias, e outras desse teor. Os jogadores acompanhavam a execução musical, cantando a letra com sério e orgulhoso patriotismo.

Essa tendência para exaltar os atos violentos das batalhas, a falsa glória das vitórias e o heroísmo dos que pereceram já os havia percebido em execuções dos hinos da Argentina, Uruguai e Paraguai em competições futebolísticas com o Brasil. Da Argentina, cantam-se apenas a primeira e a última estrofe e o refrão da Canção Nacional, em sinal de respeito “a los hermanos”... Só não havia dado conta de que a violência, aleatoriamente exaltada, estava ligada a um dos símbolos mais honoráveis de nações que vivem em paz atualmente e não necessitam de incentivá-la, e, menos ainda, de expô-la publicamente através de uma composição musical que deveria ser criada para saudar e homenagear a respectiva pátria, sem diminuir o valor das demais, mesmo vencidas.

Não foge a essas premissas o hino do Brasil. Mas disso trataremos no texto de Hinos Nacionais (2)*

O hino completo do Chile é repleto de chavões sobre morte heroica, sangue etc. Como, oficialmente, só é cantada a quinta estrofe e o refrão, num total de 12 versos, pode-se considerá-lo uma amenidade.
 
(Continua na próxima postagem.)

2 comentários:

luizaconsultoria@hotmail.com disse...

Olá,
Muito interessante o post, partindo do pressuposto, inclusive, de que nunca li nenhuma consideração a respeito.
Abs,

Anônimo disse...

Luiza,
Obrigado, por suas palavras gentis.
Vc é uma pessoa muito querida.
Abrs e bjs do Lamartine.