No dia 11/10/2011, uma terça-feira, ali pelas 22:30 h, estava recostado
no sofá da sala de TV, de pijama, preparado para assistir um jogo de futebol
entre o Brasil e o México, programado para começar naquele momento. Tive que
esperar mais um pouco para ver o jogo, porque os hinos dos dois países deveriam
ser executados. A lei 5.700, de 01/09/1971, oficializou o hino brasileiro como
um dos Símbolos Nacionais, e autorizou sua execução, além das ocasiões oficiais
do Governo e de instituições diversas, também nas ocasiões festivas e em outros
eventos importantes que incluem as competições esportivas.
Comecei a ouvir o hino do México, executado em primeiro lugar em
deferência ao time visitante. Minha atenção foi atraída pela sua letra, que
aparecia escrita na tela traduzida para o Português.
Fiquei abismado: o texto só falava em guerra! O hino, com dez estrofes
mais os estribilhos, é enorme. Menciona com abundância palavras e frases como metralha,
troar dos canhões, sangue, cadáveres de mil heróis mortos entre ruínas, a
glória das vitórias, e outras desse teor. Os jogadores acompanhavam a execução
musical, cantando a letra com sério e orgulhoso patriotismo.
Essa tendência para exaltar os atos violentos das batalhas, a falsa
glória das vitórias e o heroísmo dos que pereceram já os havia percebido em
execuções dos hinos da Argentina, Uruguai e Paraguai em competições
futebolísticas com o Brasil. Da Argentina, cantam-se apenas a primeira e a
última estrofe e o refrão da Canção Nacional, em sinal de respeito “a los
hermanos”... Só não havia dado conta de que a violência, aleatoriamente exaltada,
estava ligada a um dos símbolos mais honoráveis de nações que vivem em paz
atualmente e não necessitam de incentivá-la, e, menos ainda, de expô-la
publicamente através de uma composição musical que deveria ser criada para
saudar e homenagear a respectiva pátria, sem diminuir o valor das demais, mesmo
vencidas.
Não foge a essas premissas o hino do Brasil. Mas disso trataremos no
texto de Hinos Nacionais (2)*
O hino completo do Chile é repleto de chavões sobre morte heroica, sangue
etc. Como, oficialmente, só é cantada a quinta estrofe e o refrão, num total de
12 versos, pode-se considerá-lo uma amenidade.
(Continua na próxima postagem.)
2 comentários:
Olá,
Muito interessante o post, partindo do pressuposto, inclusive, de que nunca li nenhuma consideração a respeito.
Abs,
Luiza,
Obrigado, por suas palavras gentis.
Vc é uma pessoa muito querida.
Abrs e bjs do Lamartine.
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