terça-feira, 11 de setembro de 2012

HINOS NACIONAIS (1)* (Parte 2ª/3)

(Continuação da postagem anterior.)


As composições, em grande parte, foram feitas para revelar o ufanismo da vitória e tornar heróis os mortos nacionais, mas nem sempre versam sobre a aniquilação de um inimigo estrangeiro. A Marselhesa, hino oficial da França comemora a vitória do povo francês, que, na Revolução Francesa, liderada, no início, pelas forças da cidade de Marselha advindo, daí, o título da composição —, ao poder do derrame de sangue de irmãos, ainda que para sufocar a tirania da nobreza francesa e seus aliados austríacos e prussianos que pretendiam manter a sua pátria sob o jugo da escravidão, da tortura e sob o horror da guilhotina.

A vitória parece justificar a incitação dos versos dos hinos ao uso das armas para a guerra. Mas as derrotas sofridas jamais serão ouvidas.

Parece ser fruto de um acordo inconcebível entre os escritores dos textos dos hinos, mas a maioria dos hinos nacionais prega, velada ou abertamente, a guerra para resolver questões de toda espécie entre nações, não importa que sofrimento venha a impor a seus concidadãos, familiares e amigos. E falam de derrame de sangue como se fosse o fato mais rotineiro da vida.

Como o ser humano é, por instinto, essencialmente competitivo, não causa muita estranheza o fato de que muitas composições foram criadas como marchas militares, sendo os autores das melodias e letras às vezes membros de bandas e sinfônicas das respectivas corporações..

O atual “Hino Nacional da Rússia” não fala em guerra, nem em sangue, mas, como é próprio das potências, principalmente das autoritárias ou totalitárias, estão sempre querendo ampliar suas fronteiras para impor sua política ortodoxa. Por isso, o refrão do hino: “As vastas amplidões aos sonhos e à vida, / Os anos vindouros nos abrem. / A dedicação à Pátria nos dá força, / Assim foi, assim é, e assim sempre será!”, remete à ideia de conquista de “vastas amplidões” que “os anos vindouros nos abrem” com a “força” e a consequente permissão que “a dedicação à Pátria” sugere dar ao povo russo.
Os hinos norte-americano, italiano, português, libanês, inglês (Reino Unido),        e outros pesquisados, não fogem à tendência de exaltação à violência da guerra.

(Continua na próxima postagem.)

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