(Continuação da postagem anterior.)
Considerando-se que este “nascimento”, de fato, aconteceu com a vinda de
Dom João VI e a realeza portuguesa para o Brasil. Pois, foi a partir daí, com a
abertura dos portos e da indústria brasileira, em 28/01/1808, quatro dias após
a chegada da comitiva portuguesa
— quando
ele era ainda o Príncipe-regente Dom João Maria de Bragança
—; com a inauguração do primeiro Banco do Brasil, em
12/l0/1808; instalação de tribunais; criação de escolas e outras benfeitorias
por ele feitas, que o Brasil nasceu “realmente” como nação, munido dos
elementos físicos (geográficos), jurídicos, políticos, sociais, legais e
econômicos essenciais para sua sobrevivência e desenvolvimento autônomos.
Dois anos depois da morte de sua mãe, D. Maria I, em 1816, Dom João foi
coroado soberano do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Com o retorno da
família real a Portugal, em abril de 1821, ficou o filho D. Pedro no Brasil
como príncipe-regente.
Quando D. Pedro I, em 07/09/1822, com as conhecidas palavras “Independência ou Morte”, proclamou o rompimento dos laços políticos com o governo lusitano, o País
já era praticamente soberano. Pois Portugal, naquela ocasião, não tinha forças
para retomar o jugo sobre o Brasil depois da invasão do país de Camões pelas
tropas francesas comandadas por Junot, e se viu compelido a aceitar os fatos.
O nosso hino é considerado por muita gente como muito extenso e de
difícil memorização e entendimento, podendo sofrer modificações no seu tamanho.
Poderia ter, ao invés de duas, apenas uma parte, eliminando-se também o
primeiro refrão.
Há, sobre a criação do nosso hino, dois fatos curiosos: a música foi
composta em 1822, bem antes da letra, por Francisco Manuel da Silva (1795 –
1865), sem intenção de servir de hino. A letra é de autoria de Joaquim Osório
Duque Estrada (1870 – 1927).
A outra curiosidade é que aqui aconteceu um fato raro na literatura
específica, nas partes do hino que dizem:
“Nossos bosques têm mais vida,”
“Nossa vida” no teu seio “mais amores.”
As frases entre aspas, dos versos acima, foram tomadas emprestadas do
poema “Canção do exílio”, obra-prima de Gonçalves Dias, escrita em 1843.
“— Paz no futuro e glória
no passado.”
Este verso também está entre aspas. Na verdade, o verso faz parte do
texto do Hino Nacional original brasileiro, e a estrofe em que aparece é a
seguinte:
Seja de amor eterno symbolo / O pavilhão que ostentas
estrelado / E diga o verde-louro dessa flammula: / — Paz no futuro e glória no passado! ...
Muitos
intelectuais brasileiros entendem que a mudança de palavras nos versos do nosso
hino pode e deve ser feita, como aconteceu com a palavra “pavilhão”, da estrofe
acima, que foi substituída por “lábaro”. Compete ao Congresso Nacional a
decisão de fazer a mudança —
que não é incomum —
através de decreto-lei sancionado pelo Presidente da República.
O Brasil merece um nascimento realmente majestoso!
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